Defesa de dissertação de mestrado

Mestrando(a): Flávia de Azevedo Monteiro
Título: "O Patrimônio Arquitetônico da Saúde: Discussões sobre a Arquitetura
   Hospitalar Brasileira do Século XIX"
Data: 30/09/2014 (terça-feira)
Horário: 13:00
Local: PPGA - sala 02

Objeto desconhecido

Objeto desconhecido

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Nelson Pôrto Ribeiro  (Orientador-PPGA/UFES)
Prof. Dr. Ricardo Luiz Silveira da Costa (Examinador Interno-PPGA/UFES)
Profa. Dra. Rosina Trevisan Martins Ribeiro (Examinador Externo/UFRJ)

Resumo:

O Patrimônio Cultural da Saúde consiste nos bens materiais e imateriais que expressam o processo da saúde individual e coletiva nas suas dimensões científica, histórica e cultural. Com a inserção do Brasil, através da COC-Fiocruz e do Ministério da Saúde, na Rede Latino-americana de Patrimônio Cultural da Saúde, iniciou-se o incentivo ao estudo da história da medicina e da arquitetura hospitalar, buscando também a proteção e a salvaguarda da memória das edificações hospitalares históricas. O século XIX foi marcado pela construção de várias edificações voltadas para o controle e reclusão dos pobres, essas instituições eram: a Casa de Correção, a Santa Casa da Misericórdia, o Hospício de Pedro II, o Asilo da Mendicidade e as Instituições de acolhimento de Menores. Dessas edificações destacam-se a Santa Casa da Misericórdia, o Hospício de Pedro II e o Asilo da Mendicidade que formam o Patrimônio rquitetônico da Saúde tombado em nível federal. O Hospital da Santa Casa da Misericórdia foi construída em 1840-1852 sob os modernos preceitos da medicina do século XIX. A edificação até hoje mantém o uso hospitalar e apresenta um estado de conservação bom em seu exterior. Porém as condições internas foram consideradas ruins devido à falta de salubridade e higiene nos ambientes. O Hospital da Santa Casa é um Hospital de Referência, realiza atendimentos ambulatoriais, cirúrgicos e de  internação. O Hospício de Pedro II foi criado para atender exclusivamente os alienados do Império. O estilo neoclássico e a monumentalidade da edificação o fizeram ser reconhecido como Palácio dos Loucos. O hospício funcionou até 1944 e quatro anos depois a edificação foi cedida a Universidade do Brasil, que adaptou sua arquitetura ao uso educacional. A edificação apresenta bom estado de conservação, com exceção da área central composta pela Capela, devido ao incêndio de 2011. O Palácio dos Loucos tornou-se Palácio Universitário, modificando sua identidade através das mudanças que foram feitas em sua arquitetura. O Asilo da Mendicidade foi criado em 1876 para fechar o pentágono  asilar. A edificação panóptica buscava a efetiva observação e controle dos internos. A edificação funcionou como Asilo para mendigos até 1920, quando transformou-se em Hospital de São Francisco de Assis. Posteriormente o hospital seria transferido para a Universidade do Brasil, que funcionou como hospital escola até 1978. O Hospital foi desativado e ficou sem uso por dez anos, quando enfim voltou a funcionar como um estabelecimento destinado aos mais pobres. O conjunto da edificação é o que apresenta o pior estado de conservação, considerado de ruim a péssimo. Comprovou-se com essa pesquisa que o mais importante para a preservação das características arquitetônicas e artísticas do  bem é a manutenção do uso, seja ele qual for. Os novos usos devem ser adequados também às características e à capacidade da arquitetura em questão. Através de reformas e planos adequados, os hospitais oitocentistas, que hoje se apresentam como o Patrimônio Arquitetônico da Saúde, podem manter o uso original ou similar, como uma edificação voltada à promoção da saúde da população.

Palavras-chave: Patrimônio Arquitetônico da Saúde; Santa Casa da Misericórdia do  Rio de Janeiro; Hospício de Pedro II; Asilo da Mendicidade.

 

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